Ontem este dia foi sinceramente marcado por um acontecimento especial na catequese com os meus meninos.
Estávamos a falar de respeitar, pessoas que fossem ‘especiais’, por qualquer motivo não eram iguais a nós por alguma patologia que elas tivessem e as tivessem limitado os movimentos. E então perguntamos aos meninos mais pessoas ‘especiais’ eles conheciam, e eles disseram ‘A Catequista Filipa, porque tem os pulmões novos e gosta muito de viver’. Neste momento só me orgulhei por não ter receado ir dar catequese no ano passado a estes meninos por medo de rejeição por ir de mascara. E sem dúvida, que mais uma vez ficou provado que por vezes crianças de 6 ou 7 anos, respeitam sem duvida as pessoas com mais dificuldade, ensinando os mais velhos a respeitar as adversidades que por vezes são colocadas na vida de alguém.
E foi assim que tentei explicar que na vida não há deficientes, nem pessoas menos capazes mas sim pessoas muito especiais, que mesmo com imensos problemas não perdem o sorriso e sobretudo a força de viver.
E claro que surgiram de novo perguntas da parte deles acerca da cirurgia. E expliquei o meu transplante de uma certa forma:
“A catequista queria muito viver, queria continuar a tomar conta de meninos como vocês, então pediu a um anjinho para a ajudar, e esse anjinho ofereceu na Pascoa, uns pulmões novos á catequista. E tal como Jesus voltou a viver, a catequista também”
Escusado será dizer que eles ficaram fascinados com a ideia de ter uma catequista que renasce como Jesus.
E foi assim que festejei mais um dia de meses deste grande dia, que foi o meu transplante.
Continuarei a lutar todos os dias, por mim e por todos os que nunca me deixaram de lado.
E continuarei
a lutar por todos os meus anjinhos, que tiveram um fim de luta tão precoce.
Beijinhos da “vossa” Lipa :)