quinta-feira, 6 de abril de 2023

𝟏𝟒 𝐚𝐧𝐨𝐬, 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐢𝐚𝐠𝐞𝐦 𝐝𝐞𝐬𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟎𝟗.

19H! “Até já” verbalizado com os meus pais e o meu Marco, aquele sorriso cheio de esperança, o fechar das portas de correr do bloco operatório e ficaram-se as sombras dele em frente ao bloco. A enfermeira coloca o lençol quentinho em cima do corpo, aconchega com carinho e “Vamos Felipa”. É aqui que se inicia a odisseia deste transplante.


Naquele “até já” ficou o nosso melhor: a esperança que esta luta tinha dado certo e o amor de todos. Os meus pais e no Marco, senti o amor de todos que naquela hora estavam comigo, em pensamento, que tudo isto só podia correr bem.
Em mim? A imagem de uma jovem feliz, com oxigénio 24h, bip pap diário para conseguir respirar, uns pulmões que me davam pouquíssima qualidade de vida. Mas havia algo muito forte em mim: a certeza que a Dra Luísa e Alexandra iam fazer o melhor por mim, como até ali. E se houvesse a hipótese de correr mal, ninguém tinha culpa e eu morria tão feliz por ter estas pessoas comigo uma vida inteira de 17 anos.

Ao entrar no bloco operatório escolhido para fazer o transplante, surgiram sorrisos e senti-me tão feliz e eu sabia que as coisas boas iriam começar naquele momento e não me enganei. 14 anos depois, estou aqui! Estes pulmões dão muita luta mas não falham.

Dia 6 de Abril é sempre dia de amor, muita felicidade, orgulho e conquista.
É o meu renascer, se não fosse este dia não estaria a escrever-vos hoje.
E mais importante que este dia, são estas pessoas. Todas elas acrescentaram muito á minha vida, todas elas me ensinaram algo muito importante todos os dias: o amor é o que importa e vence tantas barreiras.

Gratidão é o que tenho por todos vocês, os que me aguentaram até dia 6 de Abril, os que surgiram depois desta cirurgia e todos os que hoje estão aqui, no meu coração e me dão tanto alento. Não há nada que vos possa dar que vá mostrar o meu carinho por cada uma delas. 😍

Um abraço apertado a todos.

Reencontramo-nos aos 15. 💛💪